15/10/2021 às 19h43min - Atualizada em 16/10/2021 às 00h00min

Em Colégio alemão em SP, professores conciliam aulas com hobbies como capoeira, hipismo, vela, boxe e música

Acostumados a vê-los somente na sala de aula ou no vídeo da aula online, alunos não imaginam outros talentos que os mestres têm; entre as atividades que os educadores amam e praticam fora do ambiente escolar estão andar de bicicleta, velejar, esporte de luta e até tocar em banda de rock

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Além de lecionar, muitos professores mantêm uma rotina praticando outras atividades fora da escola. Pesquisas apontam que ter um hobbie pode potencializar a produtividade de um profissional no trabalho. A válvula de escape pode ser uma alternativa de manter a mente leve, produtiva e sentir-se bem. No Colégio Humboldt, instituição bilíngue e multicultural (português/alemão), localizada em Interlagos, em São Paulo, alguns professores têm uma segunda atividade em seu tempo livre, que vão desde a música até o esporte.

Alemães praticam capoeira
Por ser um colégio bilíngue português e alemão, alguns educadores da Alemanha passam uma temporada no Brasil exercendo seus cargos na instituição. O alemão Ronny Möller, professor de História e Educação Física do Colégio Humboldt, está há dois anos e meio no país e pratica um esporte que tem suas origens não na Europa Ocidental, mas sim, pelos negros africanos que foram escravizados em território brasileiro: a capoeira. Desde seu primeiro contato com este esporte, Ronny tinha o sonho de praticá-lo no país onde surgiu e que agora se tornou realidade. “Conheci a capoeira enquanto estudava na Alemanha e fiquei fascinado pela variedade de movimentos, acrobacias, dança, música, luta e interação. Nos anos que se seguiram, continuei fazendo palestras sobre o tema com os alunos em sala de aula, mas não pude prosseguir”, comenta o professor. Para ele, a luta de movimentos corporais é muito importante para o seu dia a dia como professor, além de aprender mais sobre esta representação cultural. “Eu aprendo muito sobre essa parte da cultura brasileira, me mantenho em forma e a uso em muitas situações nas minhas aulas de educação física”.
O professor de Educação Física e Inglês, Steffen Ruch, e sua esposa, a também professora de Educação Física, Matemática e Alemão, Nicole Ruch, também são alemães e estão há um ano no Brasil. O interesse pela capoeira já vem da Alemanha e em solo brasileiro, conseguiram finalmente praticar o esporte. “Amigos falaram sobre a capoeira e sempre tivemos interesse em conhecer algo sobre a cultura do Brasil”, diz Steffen. Ele e Nicole treinam uma vez por semana à noite. “É um bom esporte porque combina elementos de dança, acrobacia e preparo físico”.


Uma professora no hipismo
A também alemã Lena Franziska Möller, coordenadora das turmas alemãs do Ensino Fundamental II do Colégio Humboldt, pratica hipismo desde os oito anos de idade. Mas as modalidades de salto e de corrida a três tambores ela conheceu no Brasil, onde reside há quase três anos e participa de competições. Ela concilia o tempo em dar aulas e praticar o esporte indo para a hípica às tardes e seguir trabalhando depois. “Vou sentir falta dos três tambores quando voltar para Alemanha, porque é uma modalidade americana que pouco existe na Europa. Por isso quero aproveitar bastante a possibilidade que tenho aqui”, afirma.


Velejando no “quintal” de casa
A vela está presente na vida de Victoria Hesse, professora da Educação Infantil do Colégio Humboldt, desde quando ainda estava na barriga da mãe. “Venho de uma família de velejadores que já participou de Jogos Pan-Americanos e Olimpíadas”. Ela começou a velejar ainda pequena, com seis, sete anos de idade, porém por pouco tempo. A vela começou a fazer parte de sua vida quase diária há oito anos, onde voltou a se encantar com o esporte e a dar aulas para crianças aos finais de semana. “Me aventurei a conhecer e a praticar diversas modalidades dentro do mundo da vela, barcos de tamanhos diferentes, modalidades diferentes, como prancha a vela e kitesurf. Participo pouco do mundo das competições, mas já participei de alguns campeonatos brasileiros de algumas classes diferentes, como HPE25 e Lightning”, relata Victoria.
Diariamente, ela se organiza para tirar um tempo e praticar o esporte, conciliando com suas atividades no Colégio. “Tenho um grande privilégio, pois moro em frente a uma represa – é como ter a represa como quintal de casa, que me possibilita ver a condição do tempo "ao vivo" e quando o vento está bom, saio para velejar”, diz.


A harmonia e a melodia do instrumento de cordas
O baixo entrou na vida de Larissa Coscioni, professora de adaptação de Português e de Alemão no Ensino Fundamental II e do Ensino Médio do Colégio Humboldt, quando ainda era criança. Sempre muito apaixonada por música e por influência dos irmãos, que se envolveram com a música desde novos, aos 12 começou a fazer aulas de baixo em uma escola de música, onde conheceu Talita Marcilia, que também é professora e coordenadora pedagógica do Colégio Humboldt. “Inclusive, já tocamos em mais de uma apresentação da escola juntas e já fui a shows da banda dela também”, comenta. “Desde adolescente achava o baixo um instrumento diferente, especial, com um timbre e um som muito bonitos”. Ela continuou as aulas até os 17 anos, e nessa época, também teve várias bandas com amigos, a maioria de estilos relacionados ao rock, tocando por diversão e até tentativa de fazer algo mais profissional. Fez vários shows e algumas gravações também. “Às vezes ainda me encontro com amigos em algum estúdio para tocarmos juntos. Não tive mais bandas fixas desde 2014 e parei justamente porque é difícil conciliar a rotina de uma banda (ensaios, shows, gravações) com minhas outras tarefas (estudo, trabalho, tarefas de casa). Ainda tenho vontade de ter mais banda, mas num ritmo mais "leve", mais por diversão”.


Entre aulas, lutas e rock
Talita Marcilia, coordenadora de 9º a EM e professora do 10º ano em matéria eletiva do Colégio Humboldt, concilia o período e aulas na escola praticando boxe e cantando. Desde 2011 ela faz a luta - em academias, no CEU e hoje com um personal trainer. “O esporte eu faço 5h da manhã! E o canto aos fins de semana. Mas é puxado, não vou negar”, salienta. Na música, Talita é vocalista de uma banda de rock chamada Vangs. “Estamos juntos há oito anos e temos, inclusive, um EP no Spotify”, comenta. “Infelizmente a pandemia impossibilitou nossos encontros, mas pretendemos voltar aos ensaios no fim deste ano. Além do trabalho autoral, fazemos covers e tocamos em barzinhos por São Paulo”. 
Talita acredita que manter-se ativo em outras áreas do conhecimento é importante para a vida e incentiva seus alunos a fazerem o mesmo. “É muito limitante aquela lógica de dizer que se é de exatas ou de humanas. É importante investir em estar aberto para conhecer o mundo e valorizar as experiências de aprendizagem formais e informais” finaliza.


A magrela como transporte
Tiago Oliveira Santos, professor de História e coordenador de Área (Humanas) do Colégio Humboldt, adotou a bike como forma de locomoção e faz o trajeto de ida e volta ao Colégio. “Aprendi a andar de bicicleta muito tarde (18 anos), mas o fato de necessitar ir para a faculdade pedalando, fez despertar o gosto em pedalar”, conta o professor. Ele não se considera um ciclista, mas com a pandemia e o retorno gradual das aulas, optou pela bicicleta como forma de depender menos do automóvel e evitar o uso do transporte público.
A ida até o Colégio é pelo contrafluxo, pois são 20 minutos de trajeto (casa-escola) às 6h30 da manhã e mais 20 minutos de trajeto de retorno (escola-casa) às 13h30. “A disposição em pedalar cedo e manter a rotina diária de 10 quilômetros gera disposição em ser mais ativo durante as aulas e o restante do dia”. O professor comenta que seu filho o acompanha em grande parte dos dias que ele vai de bicicleta ao Colégio. “É uma forma de colocar um adolescente de 16 anos para praticar atividade física e se desconectar do virtual”, comenta.
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