27/10/2021 às 10h44min - Atualizada em 27/10/2021 às 18h33min

Give Back, metaverso e nova economia marcam o 1º dia de Digitalks Executive

Em um ambiente totalmente virtual, ao vivo e gratuito, o evento conta com nove trilhas de conteúdo: Política, Economia, Sustentabilidade, Inclusão, Educação, Finanças, Fintech, Varejo e Meios de Pagamento, além de salas de networking e negócios.

SALA DA NOTÍCIA Stella Sanches
São Paulo, outubro de 2021 - A necessidade de formação de profissionais qualificados para atender aos principais desafios da sociedade e do mercado de trabalho, cada vez mais tecnológico e intenso, foi um dos temas levantados nas palestras que iniciaram a terceira e última edição de 2021 do Digitalks Executive, que desta vez discute a temática “Sociedade e Economia Digital”.

Cultura de Give Back
O que o mundo perderia se você/sua empresa deixasse de existir? Foi uma das questões que Flavio Valiati, head de Educação do Zoom e CEO da Vamos Subir, trouxe para o Digitalks Executive. Valiati reforçou que o mundo e o mercado de trabalho não reconhecem as pessoas pelo que elas sabem, mas pelo que fazem com o que sabem.
Para o executivo, se temos hoje acesso à internet, conhecimento e uma rede de contatos e oportunidades, podemos nos considerar privilegiados e devolver tudo isso em formato de projetos que causem impacto social.
Os dados disponíveis mostram que 30% dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos estão desempregados ou em subemprego, o que é um problema seríssimo para a economia. “Na Vamos Subir, temos programas para que empresas e executivos abracem a causa da empregabilidade com educação, de forma que jovens tenham a oportunidade de trabalhar e de construir suas carreiras.”
A startup já desenvolveu iniciativas com empresas de grande porte como Google, Oracle, Paypal, Mc Donalds, Nextel, Santander e iFood, entre outros. “Começamos em um pequeno evento com 50 jovens e hoje temos uma média de 4 mil jovens participando de programas como Trilhas (orientação para entrevistas), Top 10 Habilidades (desenvolvimento de soft skills) e Carreiras (Marketing de vendas, gestão de pessoas e Tecnologia, entre outros)”, salientou Flavio Valiati.


A economia na sociedade digital
Durante o Talk Show "A economia na sociedade digital", Carlos Aros, comentarista de tecnologia, diretor de conteúdo do Grupo Jovem Pan e editor-executivo da MIT Technology Review Brasil, traçou um panorama dos desafios que a tecnologia é capaz de responder e solucionar após esse grave período de pandemia que todo o planeta viveu simultaneamente. Ao lado de André Miceli, CEO do MIT Technology Review,  os executivos destacaram que o momento agora é de reconstrução e aprendizado. "Ao mesmo tempo que as empresas foram impulsionadas a inovar para resolver todas as questões que surgiram, elas tiveram que aprender lições e manter o planejamento para a fase de retomada que se apresenta de agora em diante", pontuou Miceli.
O trabalho durante a pandemia impactou na saúde mental dos envolvidos, afinal, embora a tecnologia esteja no centro da evolução, tudo o que é feito é sobre pessoas e para pessoas. "Pesquisadores tiveram acesso a uma quantidade considerável de dados para analisar todo o impacto e concluíram que é importante que todas as pessoas estejam conectadas e trabalhando para acompanhar a evolução, mas, simultaneamente, precisam voltar ao básico para encontrar mais equilíbrio. Ou seja: reprogramar a mente, fazer exercícios, ter momentos de descompressão. Notou-se um aumento da procura por aplicativos de terapias e meditação, entre outros", explicou.
O momento é de reorganização frente a esse novo contexto. “Muitas vezes, uma simples mudança na interface de um produto que possibilite um ganho para o consumidor ou maior interação com ele já é uma inovação. O que ficou demonstrado é que empresas que já tinham o foco em inovação, em ouvir as demandas de seu público e em investir nesses processos conseguiram entregar mais do que inovação: entregaram valor e se conectaram mais com os clientes”, descreveu Carlos Aros.
Nesse caminho, os especialistas ainda destacaram que empresas e indivíduos terão que lidar com formação de profissionais que o mercado necessita, uma vez que há escassez de talentos. As companhias devem estar preparadas tanto tecnologicamente quanto por meio de treinamentos para serem inseridas no metaverso, que está em pleno desenvolvimento e é o futuro dos negócios e das interações humanas.  
Tão discutido entre as big techs, o metaverso é utilizado para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade por meio de dispositivos digitais. É um espaço coletivo e virtual compartilhado, constituído pela soma de realidade virtual, realidade aumentada e internet. Alguns especialistas acreditam que o metaverso será a nova internet e, por isso, tem despertado tanto interesse das companhias. Embora esteja em sua infância, a expectativa é que esse mercado movimente US$ 800 bilhões em 2024, segundo levantamento da Bloomberg Intelligence.
 

Experiência sem esforço
Babi Tonhela, CPO e sócia do E-commerce na Prática, maior escola da área no Brasil, afirmou que competitividade é uma palavra que pode ser relativizada no cenário atual. “Temos espaço para todo mundo e muito a crescer. Dados de 2021 dizem que só alcançamos 11% do faturamento vindo do digital no varejo brasileiro”. A dica para crescer em vendas é compreender o ‘novo normal dos consumidores. Estudar os dados, entender onde estão, o que querem e quais são seus hábitos a cada mudança no varejo são caminhos importantes, segundo Tonhela. “Estar no digital hoje é questão de sobrevivência. O consumidor quer conforto e facilidade para comprar no canal que ele preferir.”, completou a executiva.
Nesta mesma linha de raciocínio sobre a importância de priorizar a qualidade do atendimento ao cliente, a diretora de Soluções Avançadas da NICE, Ingrid Imanishi, abordou em sua palestra “Digital CX: Aplicando Inteligência no desenho e na evolução de soluções de autoatendimento”, a forma como IA vem revolucionando a capacidade das empresas de oferecer uma experiência diferenciada.
Se antes as pessoas tinham uma necessidade e ligavam imediatamente para o Contact Center, hoje as solicitações podem acontecer em diferentes canais – apps, web, rede social, WhatsApp, entre outros. Pode, inclusive, começar por um deles e terminar em outro, de acordo com a conveniência do cliente. Um levantamento realizado pela Harvard Business Review mostra que 81% dos consumidores priorizam os canais digitais nas interações, o que significa que apenas 19% recorrem ao atendimento assistido.
De acordo com Ingrid, cada vez mais a inteligência artificial tem sido utilizada para otimização da experiência, solucionando a lacuna entre a expectativa do consumidor e a capacidade da empresa em atender a jornada da maneira que o cliente deseja. “O consumidor deseja uma interação perfeita, sem rupturas, independente do canal”, ressaltou a diretora de Soluções Avançadas da NICE.
Com a utilização de IA é possível descobrir as oportunidades de melhoria no desenho de aplicativos de autoatendimento, obter amostras para treinamento de sistemas inteligentes a partir de grandes volumes de interações reais entre clientes e agentes, redefinindo a forma como as empresas se envolvem e interagem com os clientes no Digital. O objetivo é garantir não só o atendimento mais personalizado, mas uma jornada inteligente do início ao fim, sejam quais forem os meios utilizados."
            Em sua palestra “Venda para pessoas, não para públicos: neuromarketing e atendimento personalizado para conquistar as novas fronteiras do mercado digital'', Ricardo Voz, do Influence Institute, abordou o método PPE – Percepção, Pertencimento e Empoderamento. “Todo começo de percepção tem que estar na clareza e no foco. A estratégia é substituir o que está na mente da pessoa por aquilo que você quer que ela pense. Não adianta só você acreditar que é gigante, isso não basta. É necessário  tangibilizar esse valor na mente do outro”, disse.
            Ao apresentar os arquétipos e as 12 personalidades, Voz mostrou a divisão em grupos, sendo que o primeiro é o da liberdade, que luta por ela e para libertar os outros, representado pelo explorador, o bobo da corte e o rebelde. Já no grupo 2, chamado de social, estão os arquétipos da pessoa comum/órfão, do amante e do prestativo – sempre fazem as coisas para o outro. O grupo 3 reúne os arquétipos da ordem: o governante, o inocente e o sábio, enquanto no grupo 4, do ego, encontram-se o criativo, o herói e o mago. A dica é que todos sejam magos, façam acontecer e promovam mudanças.
           
A rota para 2025
Um dos momentos mais aguardados do primeiro dia do Digitalks foi a apresentação do cofundador da Futurum Capital, Guga Stocco, que teletransportou a audiência para o ano de 2025. Segundo o especialista em inovação, o século XXI começará em 2022 com o fim da Covid-19. Algo semelhante ao que aconteceu com o século XX, que de fato iniciou-se em 1918 com o fim da Primeira Guerra Mundial.
Para Stocco, a humanidade vai evoluir mais nos próximos dez anos do que nos últimos 300 anos, uma vez que novos modelos de negócios estão transformando indústrias inteiras. “Imagine que em 2008 não tínhamos iPhone, Android, iPad, Spotify, WhatsApp, Instagram, Airbnb, Kindle etc. Imagine o que pode surgir nos próximos dez anos. Cerca de 90% dos dados disponíveis hoje foram coletados nos últimos dois anos, sendo que a pandemia acelerou a digitalização nas empresas em pelo menos três anos”, explicou o executivo.
Segundo Guga Stocco, o mundo de hoje requer que toda empresa seja de tecnologia, design e atendimento ao cliente para lidar com um consumidor cada vez mais implacável. “Se a coleta de dados é o novo petróleo, a IA é a nova energia elétrica. Os dados coletados e processados viram informações que, ao utilizar inteligência artificial, como um algoritmo de crédito, geram transações. No mundo novo, informação é igual transação”, destacou.
Com a chegada do 5G, a tendência é que as empresas utilizem mais IA, realidade aumentada e realidade virtual, assim como os digital twins (gêmeos digitais) para verem de forma digital o que está acontecendo no ambiente físico. Outra tendência, segundo ele, é o metaverso. O Facebook, por exemplo, está dando uma guinada em direção ao metaverso que pode resultar na mudança de nome da companhia. Segundo o site especializado em tecnologia The Verge, a empresa de Mark Zuckerberg já destinou mais de US$ 50 milhões para construir o “universo virtual”.
 
ANOTE NA AGENDA!
DIGITALKS EXECUTIVE - SOCIEDADE E ECONOMMIA DIGITAL
Dias: 26 e 27 de outubro, das 9h às 18h
Inscrições: https://bit.ly/3ozZ0Wr
 
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