02/12/2021 às 16h28min - Atualizada em 02/12/2021 às 19h36min

A Token anuncia investimento em healthtech que vai revolucionar interoperabilidade de dados de medicamentos no Brasil

A healthtech Indiip recebeu aporte de R$ 600 mil para iniciar o desenvolvimento de plataforma nos padrões mais avançados de tecnologia de informação de medicamentos, o HL7 FHIR

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SALA DA NOTÍCIA Estela Maria
Neusa Andrade, cofundadora e CEO da Indiip

A Token, através de sua venture builder Token UP, anuncia seu primeiro aporte em startups, para o lançamento da heathtech Indiip, um acrônimo para Intelligent Drug Information and knwoledge and Integration Plataform. A Indiip nasce para disponibilizar ao ecossistema de saúde informações qualificadas, confiáveis e padronizadas sobre medicamentos, com informação duplamente verificada, tanto pela equipe da Indiip quanto pela própria indústria farmacêutica. 

A empresa recebeu o aporte de R$ 600 mil, que será investido na criação da plataforma Indiip. Esta, disponibilizará gratuitamente as informações verificadas para todos os players do mercado, com a proposta de padronização. Hoje existem no país cerca de 1200 empresas farmacêuticas, por volta de 6000 hospitais, inúmeros distribuidores de medicamentos e soluções de prontuários eletrônicos, além dos profissionais da área de saúde e usuários. As informações sobre os medicamentos poderão ser consultadas tanto por meio de um portal aberto na web, quanto utilizando a integração por APIs no padrão HL7 FHIR (HL7 Fast Healthcare Interoperability Resources), que está se tornando o padrão mundial para interoperabilidade de dados em saúde, e escolhido para a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). 

“A proposta da Indiip é criar um sistema de responsabilidade compartilhada que beneficiará todo o ecossistema de saúde. Inicialmente, a healthtech vai curar e padronizar a informação dos 911 medicamentos usados pela Rede Nacional de Medicamentos (RENAME) no SUS. Para isso, já estamos convidando os principais players da indústria farmacêutica, que nos auxiliarão nesta curadoria de informação. É importante que todos com medicamentos na lista do SUS participem da qualificação dos dados. Teremos informações tais como pesquisas científicas relacionadas aos remédios, suas dosagens e quais laboratórios fabricam aquele produto”, declara Neusa Andrade, cofundadora e CEO da Indiip, professora PHD e especialista em informática médica e umas das poucas experts em HL7 FHIR do País.  

“Cada player trocará informações na plataforma de acordo com as suas necessidades. A Indiip vai passar aos laboratórios os padrões de escrita dos produtos, normatizações e informações necessárias para trocar dados com o Governo (RNDS). Os profissionais de saúde podem estar interessados em dados voltados para pesquisas sobre os medicamentos, por exemplo”, explica a idealizadora da healthtech. 

É comum no Brasil a existência de 15 a 20 diferentes nomenclaturas e formas de citar um mesmo remédio, cada um com os protocolos que os laboratórios determinam, o que dificulta tanto para os hospitais e médicos, quanto para pacientes e farmacêuticos a compreensão do que é que o paciente necessita realmente. “A padronização vai ajudar a salvar vidas. Vale ressaltar que eventos medicamentosos adversos são um dos maiores causadores de mortes no mundo”, alerta Eugênio Neves, PHD e cofundador da Indiip.

Indiip será conectada a prontuário eletrônico na cidade de Bananal

A idealização da Indiip nasceu de outro projeto. Em 2018, a sócia-fundadora Neusa Andrade participou do programa de graduação do Founder Institute, que ajuda empreendedores na fase de ideação de projetos. Na época, a executiva desenvolveu um projeto de prontuário eletrônico chamado Doktor. Em 2019, iniciou seu piloto deste projeto em Bananal, cidade que fica na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro, com o apoio da Prefeitura Municipal de Bananal, que está desenvolvendo um aplicativo para levar todas as informações para o paciente na palma da mão, ou seja, para ser acessado diretamente no celular. 


No entanto, em meio ao projeto, Neusa Andrade descobriu que, na lista de medicamentos dos laboratórios (todos eles), existem diferentes formas de descrever um mesmo medicamento e não existe padrão. A nomenclatura e as descrições diferem. E foi com o objetivo de desenvolver um sistema que permitisse trocar informações de forma consistente, com credibilidade e qualidade, com transparência e facilidade, que surgiu a semente que deu origem à healthtech Indiip. O prontuário eletrônico de Bananal deve ser finalizado em dezembro de 2021 e será integrado à API da Indiip.

Tecnologia HL7 FHIR está norteando mundialmente o padrão de medicamentos

A busca por uma solução de padronização de medicamentos é uma questão global. Não existe ainda um padrão unificado de informação para medicamentos que atenda as necessidades regionais. A pandemia acelerou a adoção do padrão que vem sendo adotado no mundo inteiro, o FHIR (Fast Healthcare Interoperability Resources) do HL7®. O padrão HL7® FHIR tem um modelo granular e mais simples para troca de dados em saúde. Esta tecnologia é ideal para lidar com o problema da explosão de dados de saúde, possibilitando compartilhar e tornar dados acessíveis, e pode ser usado por prontuários eletrônicos para acessar as informações necessárias para melhorar decisões e resultados por todo o espectro da saúde e do cuidado.
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