13/11/2020 às 10h05min - Atualizada em 13/11/2020 às 15h12min

Como o Pix vai funcionar na prática?

SALA DA NOTÍCIA Camila Cechinel
O país tem passado por mudanças significativas nos últimos meses. Além da pandemia da Covid-19 ter trazido novos hábitos de consumo para a sociedade, o mercado financeiro tem vivido uma verdadeira revolução. A sociedade está há algum tempo comentando sobre o Pix, plataforma de pagamentos instantâneos do Banco Central do Brasil (Bacen), que está chegando para quebrar paradigmas, uma vez que permitirá que pagadores e recebedores movimentem o seu dinheiro online para toda e qualquer entidade, empresa e pessoa física cadastrada em até dez segundos, sem restrições de datas, horários e com baixo custo nas operações.

No entanto, falar genericamente do Pix não ajuda em nada os leigos, ou seja, é preciso explicar didaticamente como ele vai funcionar na prática, a fim de que os menos esclarecidos possam saber o que terão que fazer para operar o sistema de pagamentos instantâneos. De acordo com Ralf Germer, CEO e cofundador da PagBrasil, fintech brasileira líder no processamento de pagamentos para e-commerce ao redor do mundo, o Pix vem para trazer mais praticidade e agilidade na forma de fazer pagamentos.
 
“Como nem todos estão a par das evoluções do mercado financeiro, o que é absolutamente normal devido ao grande número de novidades e siglas existentes, gostaria de explicar que o Pix vem para trazer simplicidade para os cidadãos que buscam por processos menos burocráticos. Hoje, transferências entre contas de um mesmo banco já são instantâneas e podem ser feitas a qualquer momento, o que não acontece se as instituições são diferentes. E essa é a grande mudança que a plataforma de pagamentos instantâneos traz”, conta.
 
MAS COMO USAR O PIX?
 
Quem procura mais agilidade para receber e efetuar pagamentos, pode cadastrar uma chave Pix, que é como se fosse uma espécie de identificador para realizar as transações, dentro do próprio aplicativo da instituição financeira em uso no smartphone. O cadastro está liberado desde o dia cinco de outubro e, segundo informações do Banco Central, mais de 10 milhões de inscrições foram identificadas nos primeiros dois dias de acesso. Ainda segundo o órgão, 677 empresas do setor financeiro estão aptas para oferecer o Pix.
 
“O novo sistema de pagamentos já é uma realidade e deve ser aproveitado por todos. Além do TED e do DOC, tecnologias que já fazem parte da rotina e do vocabulário dos brasileiros, a partir de novembro teremos a opção Pix, que vai ser gratuito para pessoa física. De forma simplificada, ao realizar uma transação, o valor sairá de uma conta e irá diretamente para a conta do beneficiário, 24 horas por dia, sete dias da semana, inclusive feriados. O método também será mais flexível, já que pedirá somente dados como o telefone celular, e-mail, CPF ou CNPJ do destinatário ou uma chave aleatória. Além da chave Pix, o usuário ainda poderá fazer um pagamento escaneando um código QR Code com o aplicativo do banco ou da carteira digital instalado no seu smartphone”, conta Germer.
 
Ainda segundo o especialista, quem está acostumado a fazer compras no ambiente virtual poderá usar o Pix de duas maneiras no checkout do e-commerce, dependendo se estiver no celular ou no computador.
 
 “Quando a compra é feita em um ambiente mobile, a tela do dispositivo exibirá os aplicativos instalados compatíveis com o Pix, caso a pessoa escolha esse método de pagamento. Ao selecionar o app do banco ou da carteira digital desejado, os dados da transação serão exibidos para a confirmação, que pode ser autenticada com a digital ou senha. Já no desktop, o usuário poderá fazer o pagamento de forma semelhante às lojas físicas: ao selecionar o Pix, um QR Code será exibido na tela do computador. Basta abrir o aplicativo da instituição financeira no smartphone e escanear o código. Os detalhes da transação serão exibidos no celular e ele poderá finalizar a operação no dispositivo móvel”, explica o CEO e cofundador da PagBrasil.
 
O PIX É SEGURO?

Conforme comentamos, para realizar os pagamentos, os usuários do PIX devem ser identificados por chaves pré-definidas como CPF, e-mail, número de celular ou leitura de um QR Code, por exemplo. Por esse motivo, é muito importante que o sistema seja seguro para garantir que não haja fraudes. O uso de ferramentas de reconhecimento facial é uma das alternativas que garantem a identificação correta do proprietário dos dados, proporcionando mais comodidade e segurança para os clientes e instituições bancárias. 
Segundo Danny Kabiljo, CEO da FullFace, empresa especializada em biometria facial, o PIX veio para resolver o sistema financeiro brasileiro e democratizar os processos bancários, no entanto, é preciso ter muita cautela e cuidado para evitar ações fraudulentas. “Com a captura dos pontos da face por meio da biometria facial, é possível desmistificar esse processo e garantir a segurança nessas transações”, explica. 
Além disso, é preciso ficar atento, pois os fraudadores costumam acompanhar a evolução dos meios de pagamentos e criar novas artimanhas. “O fato do PIX consistir em transações realizadas de forma instantânea e com disponibilidade integral (em todos os dias da semana e horários) também atrai o fraudador, que vai conseguir consumir o golpe de maneira muito rápida. Engenharia social, invasão de contas, SIM SWAP e abertura de contas frias são alguns dos tipos de fraudes que poderão ser aplicadas via PIX ou com o sistema como pano de fundo”, afirma Tom Canabarro, CEO e cofundador da Konduto.
 
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