Mateus de Jesus Santos / Senac em Minas / Rede Comunicação
EAT&ART TARO/Creative Commons
Dia 20 de novembro foi oficializado como Dia da Consciência Negra para relembrar a morte de Zumbi dos Palmares - líder de um dos maiores quilombos da história brasileira. O mês todo é usado para celebrar a influência da cultura negra no Brasil e refletir sobre a luta das pessoas pretas pela igualdade no país.
Durante o período da escravidão, as condições sub-humanas em que os negros escravizados eram aprisionados fez com que o preparo dos alimentos fosse improvisado. Porém, a culinária africana não ficou presa esse período e, mais de 100 anos depois, essas práticas foram assimiladas e adaptadas à culinária brasileira e mineira, estabelecendo sua importância. Hoje, a culinária afro-brasileira se faz presente nas mais comuns preparações e até na alta gastronomia, como explica Afrânio Galdino, docente de gastronomia Senac.
O uso de ingredientes como o dendê, o quiabo, a pimenta malagueta e o feijão preto e métodos tradicionais de preparo, como o uso de panelas de barro e o cozimento lento para realçar os sabores, são alguns dos legados que a culinária afro deixou.
Essas e outras influências se fundiram ao longo dos séculos, resultando em uma rica diversidade gastronômica que reflete a herança cultural e étnica do Brasil e de Minas Gerais. “A comida brasileira e mineira contemporânea é um testemunho dessa fusão cultural, enriquecendo a cena gastronômica com uma variedade de sabores, texturas e pratos distintos. Como resultado, alguns pratos típicos de origem afro-brasileira, como o vatapá, o acarajé e o caruru, tornaram-se parte integrante da gastronomia brasileira e são amplamente apreciados em várias regiões do país, incluindo Minas Gerais.”, ressalta Galdino.
O especialista ainda destaca o uso de utensílios específicos, como panelas de barro e pilões de madeira. A influência chegou inclusive nas festividades e celebrações sazonais, em que pratos e doces específicos desempenham um papel central, como é o caso do cuscuz de tapioca e do doce de leite, amplamente consumidos no nosso estado.
Quem tira um momento para refletir, vai perceber que a cultura preta é celebrada todos os dias no nosso país, muito além do mês de novembro, e está literalmente na boca do povo.
Celebre a Consciência Negra com uma Rabada com Angu
Uma ótima opção para celebrar o Mês da Consciência Negra é preparar um prato tradicional afro-brasileiro, como a Rabada com Angu.
“A escolha desse prato remete muito a minha infância na casa da minha avó, que sempre contava que seu avô foi escravizado e brincava dizendo: ‘angu que cria nego’. Rabada com angu era uma comida que as pessoas escravizadas faziam constantemente e hoje é um prato servido nos restaurantes de alta gastronomia”, salienta.
Saiba como preparar uma Rabada com Angu:
Ingredientes
1 kg de rabada de boi em pedaços;
100 g de cenoura;
200 g de cebola;
100 g de tomate;
20 g de alho;
300 g de agrião lavado
5 raminhos de tomilho;
3 folhas de louro;
200 g de agrião lavado;
100 ml de fubá mimoso;
200 ml água
Sal a gosto
Pimenta-do-reino a gosto
Modo de preparo
Rabada
Com uma faca, retire o excesso de gordura da carne. Use as cartilagens como referência para separar a carne em pedaços
Sele a rabada na manteiga e reserve
Em uma panela de pressão, adicione a cenoura, o tomate, o alho e a cebola em cubos e refogue junto com as postas de carne
Aos poucos, adicione caldo de legumes enquanto refoga
Quando a carne estiver refogada, cubra com caldo de legumes
Tampe a panela de pressão cozinhe por aproximadamente 30 minutos
Angu
Hidrate o fubá com a água
Leve ao fogo mexa até engrossar
Despeje em uma forma ou prato. Reserve deixe esfriar.
Montagem do prato
Cubra a rabada ainda quente com o agrião e cebola em rodelas e sirva com o angu.
Sobre o Senac em Minas Com um olhar atento às tendências mundiais e no contexto da Revolução 4.0, o Senac, que faz parte do Sistema Fecomércio MG, Sesc, Senac e Sindicatos Empresariais, que integra a CNC - Confederação Nacional do Comércio, tem como propósito oferecer educação profissional de qualidade, com base nas demandas empresariais e sociais, e nas tendências do mundo do trabalho, da inovação e dos princípios de sustentabilidade. O portfólio de cursos da instituição é desenvolvido com base na necessidade do mercado, considerando pesquisas, estudos e contatos diretos com os empresários. São 41 unidades educacionais distribuídas no estado e 12 carretas móveis que reproduzem os ambientes das salas de aula.
O Senac oferece opções de cursos livres, técnicos, graduação e MBA, que permitem uma formação complementar transversal, o chamado itinerário formativo. O aluno pode traçar sua trajetória partindo dos cursos de formação inicial chegando ao ensino superior ou vice-versa. Além disso, a variedade de segmentos de atuação (gestão, saúde, gastronomia, comércio, idiomas, tecnologia da informação, moda, segurança, beleza, meio ambiente, turismo, design, produção de alimentos, entre outros) corroboram com uma formação diferenciada.
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