28/10/2020 às 08h34min - Atualizada em 29/10/2020 às 00h00min

“Nenhum cidadão deve ser hostilizado ou perseguido por ter uma fé”, afirma médium Fernando Ben

Para ele, todos podem viver em harmonia, apesar das diferenças

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SALA DA NOTÍCIA Antonio Marques
Divulgação

O médium Fernando Ben relutou muito antes de aceitar o convite para entrar na política, mas após sua decisão, percebeu que fez a escolha certa porque, segundo ele, é uma forma de ajudar a lutar contra injustiças sociais, inclusive perseguição religiosa.
 

Fernando Ben lembra de uma reportagem veiculada no programa “Fantástico” da Rede Globo no ano passado, onde segundo ele, sofreu acusações sem embasamento e sem direito de defesa após as acusações sofridas.

Segundo ele, a matéria do Fantástico foi tendenciosa. “O programa buscou me culpar, mostrando um lado da história, que ocorreu em outubro do ano passado mudou realmente minha vida. Perdi emprego, fui muitas vezes hostilizado em alguns ambientes como a faculdade, novos trabalhos que busquei e não consegui, afetou a realidade da minha família”, lembra o médium.

De acordo com Ben, o programa foi tão tendencioso que apresentava música sinistra, desfoque de imagem, a forma de falar dos apresentadores, que dava a ideia de que se tratava de um culpado. “Cortaram minha fala, a fala do delegado, do presidente da FEB, etc. Só deixaram a fala dos que falavam mal de mim”, recorda ele.

Além de aceitar o convite para se filiar a um partido, o médium Fernando Ben resolveu ser candidato a vereador no Rio de Janeiro pelo PTB.

Para Fernando Ben, “Nenhum cidadão deve ser hostilizado ou perseguido por ter uma fé”. Leia abaixo a entrevista completa.
 

Por que devemos nos interessar por política?

Política significa a arte ou ciência de governar, ou seja, de administrar, dirigir ou legislar a sociedade.

Platão, filósofo que viveu na Grécia da antiguidade, já dizia: “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam.”

É pela política que se estruturam e sancionam as leis que regem nossas cidades, estados e país.

Não se interessar por ela é ficar à margem das decisões que impactam a vida de cada cidadão e que impactará, diretamente, a vida de seus filhos e netos no porvir.

Sem dúvida, falo de política.

O que infelizmente vemos, na grande parte da mídia, dos autodeclarados políticos e ativistas atuais, chama-se politicagem.

Segundo a Oxford Languages, politicagem é a política de interesses pessoais, de troca de favores ou de realizações insignificantes. Bem diferente da que entendo e pratico, desde sempre, em minhas atividades no voluntariado, mesmo sem estar ainda em um cargo político.
 

Como está sendo sua primeira experiência na política?

De muito aprendizado. 

Ainda acredito que a experiência que, até hoje, tive com pessoas religiosas foi mais perigosa, pois os que fazem politicagem nas religiões disfarçam muito bem, agem na surdina, espalham mentiras para assassinar reputações, com a desculpa de que estão agindo em nome de Deus. Como se Deus fosse promover discórdia e maldade.

Já dos candidatos há políticos e políticos, que se consideram meus adversários ou não e que, a meu ver, praticam a politicagem me veem como um religioso e que quer ajudar as pessoas carentes, recebi ameaças, propostas escusas. Nada diferente de algumas lideranças religiosas.

Mas sempre que falam algo desse tipo, respondo: Quero ajudar meu semelhante, fazer o bem, nem quero ouvir mais qualquer conversa de barganha, não me leve a mal.

Tenho um foco definido, claro, para alguns, ingênuo, mas acredito piamente que  pessoas de caráter devam entrar e tentar fazer o melhor que puderem caso contrário, nada muda. E não adianta as pessoas reclamarem, elas precisam promover esta mudança de “valores”, no meio político.
 

Acredita que estar na política, como vereador, possa ajudar a reparar ou evitar injustiças, como a que sofreu?

O programa em rede nacional, com a matéria tendenciosa e que buscou me culpar, mostrando um lado da história, que ocorreu em outubro do ano passado mudou realmente minha vida. Perdi emprego, fui muitas vezes hostilizado em alguns ambientes como a faculdade, novos trabalhos que busquei e não consegui, afetou a realidade da minha família.

O programa foi tão tendencioso que apresentava música sinistra, desfoque de imagem, a forma de falar dos apresentadores, que dava a ideia de que se tratava de um culpado. Cortaram minha fala, a fala do Delegado, do presidente da FEB, etc. Só deixaram a fala dos que falavam mal de mim.

Muitas informações positivas foram simplesmente não relatadas por omissão ou interesse em audiência.  Infelizmente o jornalismo brasileiro em muitas situações tem se mostrado assim.

Como vereador, essa injustiça seria transformada em energia para ajudar a todos que passam por situações similares em qualquer filosofia ou religião que professe.

Nenhum cidadão deve ser hostilizado ou perseguido por ter uma fé.
 

O que leva um médium a trilhar o caminho da política? O que ou quem o convenceu?

O médium, padre, pastor, babalorixá, etc, são pessoas comuns que exercem sua fé e pela persistência e ação no bem, acabam por assumirem responsabilidades em suas comunidades.

A Filosofia de vida que fundei, tem como base o estudo da Filosofia e a prática de ações sociais. Em qualquer casa ou grupo de Fátima, espalhado pelo país, as pessoas encontrarão muita ação social no que puder ajudar, exemplo: corte de cabelo para moradores de rua, visita a abrigos, comida e roupa para necessitados, etc. Ou seja, fazer o bem é nosso propósito. 

Na política quero expandir este propósito, mas não para a Filosofia que fundei, mas para todos da sociedade. Legislar para um estado laico, fazer o melhor para todas as pessoas, esse é o foco que tenho. 

Acredito que meu olhar para os invisíveis da sociedade, que tanto tentei ajudar sem estar na política, possa, como vereador, buscar meios para dar a eles o mínimo de dignidade e oportunidade.

Nem todos sabem, mas vivi quase dois meses na rua. Sei o que é a fome, o desamparo, o medo de morrer e ninguém saber, etc. 

Bem como vou estar aberto para ouvir a demanda que a mim chegar e buscar, de forma racional e ética, soluções para estes problemas. 

É o que sempre fiz sem ter um cargo político.

As pessoas me perguntavam sobre política e, até um tempo atrás, eu, assim como a maioria das pessoas, confundia política e politicagem e tinha uma visão distorcida de política.

Ao compreender o significado de “ação política”, passei a entender que podia ajudar muito mais, tendo a “política limpa” como aliada.

Agradeço mais uma vez pela sua gentileza em me entrevistar e me dar a oportunidade de expor exatamente o que penso.


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