O assunto: Diversidade Nas Empresas, tem acalorado discussões e dividido opiniões. Mas afinal, é válido ter uma área focada em realizar ações de diversidade, equidade e inclusão ou essa política precisa estar disseminada por todas as áreas? Nossa resposta é: Depende!
Mesmo estando no Brasil, um país que tem 56% da população que se declara como negra, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, que consideram pessoas pretas e pardas na somatória, o conhecimento sobre as questões raciais estão bastante distantes da realidade de grande parte da população.
O que fica muito bem refletido nas relações de trabalho e no cotidiano de grandes, médias ou pequenas empresas. É preciso reconhecermos que há um processo enraizado em nossa cultura que permite que o racismo seja uma pauta vivenciada, mas não resolvida. E quando pensamos a partir de um olhar de lucro e atenção aos resultados, como é o foco de muitas empresas, temos aí um ingrediente a mais que não permite que a conta feche.É necessário reconhecer a importância da diversidade nas empresas. Estudos têm demonstrado que organizações que promovem a diversidade em suas equipes tendem a ser mais inovadoras, criativas e competitivas no mercado. Além disso, a diversidade promove um ambiente de trabalho mais inclusivo e justo, onde todos os colaboradores se sentem valorizados e respeitados.
No estudo realizado pela Grant Thornton, uma das maiores empresas globais de auditoria, consultoria e tributos, em parceria com a PlurieBR, 1ª plataforma SaaS de gestão de Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento do país ouviu 1238 pessoas de diversos cargos corporativos no Brasil e identificou, que a cultura de DE&I se mostra mais presente nas organizações e que 77% afirmaram que identificam ações de DE&I em suas empresas, como por exemplo: palestras, lives, rodas de conversa para sensibilização dos temas de diversidade, programas de formação de liderança, organização de grupos ou comitês de afinidade (grupos que conversam sobre avanços de pautas como: gênero, raça, LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência).
Esse alto índice de entendimento sobre a importância do tema, no entanto, não reverbera nas ações efetivas das empresas que vivem um momento de transformação e estão buscando novas abordagens para trabalhar a diversidade, despontando como principais focos: a análise de dados e estratégia de negócio como uma das principais alterações.
Em resumo, a questão de se é válido ter uma área específica dedicada à diversidade nas empresas ou se essa política deve ser disseminada por todas as áreas não tem uma resposta única e definitiva: depende do contexto e das necessidades específicas de cada organização. O fundamental é que todas as empresas reconheçam e legitimem na prática a importância da diversidade e estejam de fato comprometidas em promover em todas as áreas e níveis da organização, sem esquecer da busca pela saúde financeira de cada negócio.
Laura Salles