23/04/2024 às 12h00min - Atualizada em 23/04/2024 às 12h48min

Casos de pressão alta crescem entre o público jovem

Cardiologista da Santa Casa de Bragança Paulista ressalta a importância da realização de medições anuais para um diagnóstico precoce

Viviane Soares Bucci
divulgação
De acordo com levantamento feito nas capitais brasileiras pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), órgão que compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), do Ministério da Saúde, a prevalência da hipertensão arterial entre pessoas de 18 a 24 anos aumentou nos últimos três anos. Em 2021, cerca de 3,8% da população dessa faixa etária possuía a condição, em 2023, esse número cresceu para 5,6%.
A hipertensão arterial, conhecida popularmente como pressão alta, é uma doença crônica não transmissível definida por níveis pressóricos elevados. Trata-se de uma condição multifatorial, que depende de fatores genéticos, ambientais e sociais.

A condição é caracterizada pela elevação persistente da pressão sanguínea nas artérias, quando os valores da pressão máxima (sistólica) e mínima (diastólica) igualam ou ultrapassam 140/90 mmHg. Indivíduos com pressão arterial sistólica (pressão máxima) entre 130/139mmHg e pressão arterial diastólica (pressão mínima) entre 85/89mmHg são classificados como pré-hipertensos, apresentando riscos cardiovasculares mais elevados em comparação com individuas com pressão arterial normal, que seria 120/80mmHg.

Por se tratar de uma condição frequentemente assintomática, a hipertensão arterial costuma evoluir com alterações estruturais e funcionais em órgãos-alvos, como coração, cérebro, rins e vasos sanguíneos. “Causando complicações cardiovasculares, como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal e cardíaca, além de danos em outros órgãos, podendo ser agravada quando associada a alterações no colesterol como em casos de obesidade abdominal, intolerância a glicose, diabetes, tabagismo, alcoolismo estresse emocional e sedentarismo”, explica a cardiologista da Santa Casa de Bragança, Dra. Yara Machado.
O dia 26 de abril marca o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial destacando a importância da conscientização sobre essa condição crônica. No Brasil, aproximadamente 388 de pessoas morrem diariamente em decorrência da hipertensão arterial, ressaltando a necessidade de alertar sobre os riscos e as formas de prevenção da doença para promover uma melhor qualidade de vida.
Em 90% dos casos, a condição é herdada dos pais, podendo acometer pessoas de qualquer idade, mas com maior prevalência no público mais velho.

Há uma série de fatores de risco que podem contribuir para a alta prevalência de pressão alta entre jovens de 18 a 24 anos. "Isso inclui má alimentação, obesidade, falta de atividade física, tabagismo, consumo excessivo de álcool, estresse crônico e predisposição genética”, fala a cardiologista.

Hábitos alimentares inadequados, estilo de vida sedentário e pressões sociais e acadêmicas também podem influenciar no aumento da pressão arterial nessa faixa etária. “Portanto, é essencial que os jovens adotem um estilo de vida saudável, que envolva uma dieta equilibrada, prática regular de exercícios e técnicas de gerenciamento do estresse, além de evitarem hábitos prejudiciais, como fumar e o consumo excessivo de álcool, para reduzir o risco de desenvolver pressão alta", afirma.

Um estudo realizado em 35 países revelou que a prevalência global da hipertensão arterial é de 37,8% entre homens e 32,1% entre mulheres. Segundo dados do VIGITEL, em 2021, 3,1% dos homens com idade entre 18 e 24 anos foram diagnosticados com hipertensão, chegando a 6,6% em 2023. No caso das mulheres, a incidência foi de 4,5% em 2021, aumentando ligeiramente para 4,6% em 2023.
“Os sintomas de hipertensão geralmente se manifestam apenas quando a pressão arterial atinge níveis elevados. Podem surgir desconfortos torácicos, cefaleia, vertigem, tinido auricular, debilidade, visão turva e sangramento nasal; em caso de manifestação desses sintomas, é necessário procurar atendimento médico”, alerta a Machado.

Realizar medições regulares da pressão arterial é fundamental para diagnosticar a hipertensão de forma precisa. É recomendado que pessoas com mais de 20 anos façam a medição pelo menos uma vez ao ano. No entanto, caso haja histórico familiar de hipertensão, é aconselhável realizar a medição no mínimo duas vezes por ano. “Essa prática de monitoramento regular é essencial para identificar precocemente qualquer elevação na pressão arterial e para implementar medidas preventivas ou de tratamento, visando manter a saúde cardiovascular em bom estado”, completa a especialista da Santa Casa de Bragança Paulista.

Sobre o Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista
Fundada em 31 de agosto de 1874, o Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista é um hospital geral, filantrópico, de atendimento secundário e referência na baixa e médica complexidade. Atualmente, possui um quadro com aproximadamente 1.200 profissionais e 350 médicos. A unidade atende a população composta por 520 mil pessoas, que residem nos 11 municípios da região bragantina.
 

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