“Existem sinais cada vez mais fortes de que a inflação está persistente e de que temos uma dependência muito grande do mercado internacional, que vem sofrendo com a persistência da inflação.
Também já tem um sinal claro de que a tragédia no Rio Grande do Sul, de uma forma ou de outra, vai ser um fator contribuinte para fazer a inflação resistir ainda mais, ou levemente pressionar índice para cima.
A redução de 0,25 ponto percentual é um sinal claro e a confirmação de que não é possível manter o ritmo de queda como se vê.
É importante lembrar que as reuniões do Copom são relativamente próximas, acontecem a cada seis semanas. O cenário hoje pode estar muito consolidado. E daqui a seis semanas, não. É preciso olhar a curva no longo prazo; o mercado sabia, nas últimas reuniões, que a taxa ia cair. E existem indícios de que nas próximas vai desacelerar. Se é já nessa ou na próxima, pouco, pouco muda. Mas sabemos que não vai seguir caindo na mesma velocidade”.
Bruno Corano é economista e investidor da Corano Capital