As resoluções de ano novo sempre contemplam demandas relacionadas à casa, que certamente se redobraram em tempos de pandemia. Nunca vivenciamos tanto os nossos lares, parafraseando Beth Lima em seu livro: Como arrumar a casa, “casa é bem diferente de um lar”. O lar é o centro da nossa vida, nosso refúgio, portanto mais do que nunca deve ser harmonioso e refletir nossa personalidade.
A maneira mais rápida, barata e criativa de transformar um ambiente é trocar a cor das paredes e teto. Neste contexto, as cores são as mais importantes ferramentas utilizadas por arquitetos e designers de interiores para transmitir estilo e criar efeitos visuais. O ponto de partida é o entendimento do círculo cromático que tem como base as cores primárias: vermelho, amarelo e azul; seguido pelas cores secundárias: verde, laranja e violeta.
A partir da adição de uma terceira cor primária a uma secundaria obtém-se as cores terciárias. De um lado do esquema cromático estão dispostas as cores quentes: vermelho, laranja e amarelo; também conhecidas como progressistas, pois transmitem a sensação de se aproximar do observador. No outro lado estão as cores frias: verde, azul e violeta; ou recessivas. As cores opostas umas às outras no círculo cromático são denominadas cores complementares, e são a base para criar ambientes estimulantes.
Num segundo momento temos que compreender a psicologia das cores, que se manifestam por meio do espectro eletromagnético e a vibração que cada uma delas possuem um comprimento de onda, que é percebido diferentemente pelas pessoas e estimula reações físicas e emocionais em cada indivíduo. A cor vermelha é relacionada à vitalidade, energia e agressividade, podendo provocar reações físicas nos usuários, tais como: aumento da pressão sanguínea e aceleração dos ambientes cardíacos, não sendo, portanto, recomendada sua utilização monocromática em ambientes de permanência prolongada. O artista plástico Cildo Meireles é autor de uma instalação intitulada Desvio para o vermelho, concebida em 1967, está em exposição permanente no museu Inhotim desde 2006, onde reuniu uma exaustiva coleção monocromática.
Num segundo momento temos que compreender a psicologia das cores, que se manifestam por meio do espectro eletromagnético e a vibração que cada uma delas possuem um comprimento de onda, que é percebido diferentemente pelas pessoas e estimula reações físicas e emocionais em cada indivíduo. A cor vermelha é relacionada à vitalidade, energia e agressividade, podendo provocar reações físicas nos usuários, tais como: aumento da pressão sanguínea e aceleração dos ambientes cardíacos, não sendo, portanto, recomendada sua utilização monocromática em ambientes de permanência prolongada. O artista plástico Cildo Meireles é autor de uma instalação intitulada Desvio para o vermelho, concebida em 1967, está em exposição permanente no museu Inhotim desde 2006, onde reuniu uma exaustiva coleção monocromática de móveis, objetos e obras de arte em diferentes tons de vermelho, com o intuito de provocar uma sequência de impactos sensoriais e psicológicos no expectador.
Por outro lado, a cor azul remete à paz, harmonia e devoção, e também, é reconhecida por auxiliar o usuário a se concentrar e potencializar o aprendizado, mesmo que para alguns transmita a sensação de frio. O verde é a cor relacionada à harmonia e a cura, é considerada a cor mais clássica do design de interiores em função da sua versatilidade, pois proporciona uma boa base para tons terra e neutros.
Projeto de quarto de bebê com base verde e combinação com mobiliário em madeira. - design de interiores Patrícia Bigonha, aluna egresso do Centro Universitário UNA. Fonte: https://www.instagram.com/patriciabigonha/?hl=pt-br
Assim como o vermelho, a cor amarela e a laranja são cores estimulantes e energizantes, sendo muito adequadas para ambientes de lazer. Enquanto a cor rosa e o lilás proporcionam calma e espiritualidade.
Projeto de quarto de menina com predominância da cor rosa que confere calma e tranquilidade ao ambiente. - design de interiores Angélica Dutra, aluna egresso do Centro Universitário UNA. Fonte: https://www.instagram.com/conceituar/?hl=pt-br
O uso do branco em grandes superfícies reflete a energia da cor em um ambiente, embora para muitos possa conferir uma sensação de aridez, mas é fato que amplia a luminosidade e a sensação de amplitude. O ambiente total-branco surgiu como conceito ainda nos anos de 1930, com a decoradora inglesa Syrie Maugham. Ela utilizava o branco nas paredes, móveis, tapetes e utensílios, proposta que chocou a sociedade inglesa da época. O movimento minimalista difundido em vários campos das artes a partir da segunda metade do século XX, também introduziu o total-branco como estratégia de projeto no design de interiores.
De toda a gama de possibilidades sem dúvida a mais utilizada pelos arquitetos e designer de interiores é a família de cores neutras que são: o preto o branco e o cinza. As cores neutras mais utilizadas formam uma grande variedade de matizes que vão desde o cinza frio, passando pelos tons de marfim, palha, argila até os tons quentes como castanho, ocre, chocolate e preto. Os profissionais podem optar tanto por um esquema cromático quente ou frio de acordo com o conceito do projeto, podendo também variar as tonalidades e criar um ambiente com contraste.
Projeto de estar/ jantar e cozinha integrados com esquema cromático composto por tons neutros de cinza, preto e a madeira. - design de interiores Michele Alves, aluna egresso do Centro Universitário UNA. Fonte: https://www.instagram.com/michelealvesinteriores/?hl=pt-br
Diante de tantas possibilidades é importante destinar atenção à combinação de esquemas cromáticos, e realizar testes do material sob a iluminação natural e artificial nos locais onde serão aplicados para garantir a harmonia e resultado esperado. É importante também alinhar a especificação ao conceito desenvolvido para alcançar a ambiência desejada, e não se deixar influenciar por tendências. Os fabricantes têm buscado transformar a especificação de tintas em uma experiência ainda mais agradável e muitas vezes relacionada à uma memória afetiva ao denominar as cores com nomes sugestivos, como de uma culinária - um tom de laranja suave foi batizado de manteiga de garrafa, um hobby e/ ou profissão - o balé onde um lilás claro se chama sapatilha de ponta, e também lugares especiais - o azul Patagônia. Fica o convite para colorir seu lar para atrair boas vibrações para o ano de 2021 que será de muita renovação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Bryson, Bill. Em casa: uma breve história da vida doméstica – tradução Isa Mara Lando – São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
Gibbs, Jenny. Design de Interiores: guia útil para estudantes e profissionais – 1ª edição – São Paulo: Gustavo Gili, 2017.
Gurgel, Miriam. Projetando espaços: design de interiores – 4ª edição – São Paulo: Editora Senac, 2011.
Lima, Beth. Como arrumar a casa – 2ª edição – Rio de Janeiro: Record, 2006.