23/09/2021 às 13h26min - Atualizada em 23/09/2021 às 15h06min

A cadeia de suprimentos como diferencial no e-commerce

(*) Luciano Furtado C. Francisco

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SALA DA NOTÍCIA NQM
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Desde o início da pandemia da Covid-19, temos ouvido falar no crescimento do comércio eletrônico em todo o mundo. Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ACComm), o comércio online brasileiro cresceu 72,2% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. A tendência é de seguir em alta.

Também não é novidade que muitas empresas foram pegas de surpresa com a pandemia e tiveram de se adaptar com rapidez a um cenário de vendas online. Muitas delas sequer possuíam um know-how  básico. Logicamente, aquelas que vinham se preparando antes da pandemia, têm se saído melhor, largaram e estão na frente. Uma das características dessas organizações mais bem preparadas é a boa gestão de sua cadeia de suprimentos, também conhecida como supply chain.

Antes de tudo, supply chain é o conceito da logística que se refere aos processos e aos vários caminhos por quais passam os produtos, desde a matéria-prima, fabricação, armazenamento, embalagens, transportes, até a entrega ao consumidor final, normalmente por meio de uma loja de varejo. Tudo isso deve ser muito bem gerenciado, para que não haja atrasos ou produção em excesso.

Em operações de e-commerce é bem comum que os gestores e proprietários se preocupem muito com os aspectos de marketing e finanças. Investem mais nesses setores do que na gestão da sua cadeia de suprimentos. Entendem que apenas uma boa experiência diante do site ou aplicativo de vendas garante a fidelização e aumento de sua base de clientes. Todavia é mais do que isso.

Por trás de uma boa experiência está a eficácia, agilidade e bom serviço, desde o fechamento do pedido até a entrega do bem comprado pelo e-consumidor. Otimizar os processos em cada ponto da cadeia, usando tecnologia, é fundamental para a empresa ajudar na boa experiência e manter-se competitiva. Não são apenas bons sites, bons produtos e atendimento remoto eficiente os fatores que diferenciam positivamente uma loja virtual, mas principalmente a boa gestão de sua cadeia de suprimentos.

Por isso é importante usar sistemas eficientes de processamento de pedidos – aqui entram fortemente os sistemas integrados de gestão, os ERPs – softwares de roteirização e soluções que prevejam o comportamento e tendências de mercado, com base nos dados de compra dos clientes. Neste último quesito, os sistemas que implementam o “BI”, o Business Intelligence, a inteligência de negócio, são grandes aliados. Já são relativamente comuns e acessíveis a pequenas e médias empresas, tanto em produtos solo, quanto como módulos de ERPs. Nem é preciso dizer que a plataforma de e-commerce deve ser integrada a esses sistemas, agilizando a troca de dados, para dar aos gestores as informações necessárias às tomadas de decisões.

Outro ponto é a parceria com os fornecedores. O bom gerenciamento do supply chain pressupõe não apenas ter ótimos fornecedores, mas que eles compartilhem informações em tempo real sobre os pedidos. Para isso, é estratégico selecionar fornecedores com base em seu estágio tecnológico.

Essas características compõem um quadro que já é realidade no comércio online: um mercado complexo, onde físico e digital se aglutinam e cujo foco de gestão deve ser a necessidade dos clientes. Portanto, o diferencial competitivo deve ser alcançado com a melhor gestão possível do supply chain.

Quer uma prova disso? É cada vez mais comum que grandes marketplaces e varejistas abram centros de distribuição e façam a gestão das entregas dos pedidos, mesmo de produtos de outros vendedores (caso dos marketplaces). Isso é a evidência da importância da cadeia de suprimentos nas vendas online.

Logo, as organizações que não colocarem o supply chain como estratégico em suas operações terão grande dificuldade. E serão engolidas pelos mais rápidos, na seleção natural dos negócios. Como diz o filósofo Mário Sergio Cortella: "o seu cliente, o seu consumidor, tem de ficar satisfeito. Mas você jamais pode ficar satisfeito."

(*) Luciano Furtado C. Francisco é professor do CST Gestão do E-commerce e Sistemas Logísticos da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios do Centro Universitário Uninter

 
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