16/04/2024 às 11h33min - Atualizada em 16/04/2024 às 17h00min

Mulheres enfrentam dificuldades para alcançar cargos de liderança. Apesar dos avanços, o chamado "degrau quebrado" ainda impede mais promoções

Andreia Souza Pereira
Internet

No mundo empresarial contemporâneo, a busca pela equidade de gêneros ainda é uma luta constante; Uma das áreas em que essa batalha é particularmente mais evidente, é no acesso das mulheres a cargos de liderança nas empresas. 

 

Apesar dos avanços significativos nas últimas décadas, as mulheres ainda enfrentam uma série de desafios e obstáculos ao tentar conquistar posições de destaque no mundo corporativo.

 

Os estereótipos de gênero ainda persistem de maneira arraigada na sociedade e nas organizações. Muitas vezes, são impostas expectativas diferentes para homens e mulheres em termos de comportamento, habilidades e ambições profissionais. De acordo com a empresária de tecnologia Cristina Boner, uma das maiores da América Latina no segmento, esses estereótipos podem levar a preconceitos inconscientes por parte dos colegas de trabalho, gestores e recrutadores, dificultando a ascensão das mulheres a cargos de liderança.

 

“Apesar de serem os avanços bem perceptíveis, eles ainda são bastante frágeis e acompanhados por desigualdades salariais e de tarefas de modo bastante persistente. Mesmo que as pesquisas apontam o sucesso das empresas que têm mulheres na liderança, os estereótipos ainda faz com que as mulheres tenham muito menos acesso aos cargos de média gestão, que permitiria que elas alcançassem, num próximo passo, os cargos de liderança maior no ambiente corporativo - isso é o “degrau quebrado””, explica Cristina Boner.

 

Isso demonstra, segundo a pesquisa anual “Mulheres no Local de Trabalho”, conduzida pela McKinsey em parceria com a LeanIn.org, que a verdadeira paridade de gênero permanece fora do alcance para mulheres em cargos de média gestão, impedindo-as de avançarem para a primeira posição de liderança. Esse é um desafio crucial que os conselhos de administração e líderes empresariais devem enfrentar.

 

“Os líderes devem considerar políticas e práticas que promovam a igualdade de gênero. Isso inclui avaliar modelos de trabalho flexíveis, eliminar vieses inconscientes e garantir que as mulheres sejam apoiadas em sua jornada rumo à liderança.”, destaca a empresária Cristina Boner, também diretora da AME, uma associação totalmente voltada à transformação de mulheres de baixa renda em líderes corporativas, por meio do empoderamento feminino.

 

Apesar dos desafios, aponta Boner, há sinais encorajadores de mudança. Cada vez mais empresas estão reconhecendo a importância da diversidade de gênero e implementando políticas e programas destinados a promover a igualdade de oportunidades. Iniciativas como quotas de gênero em conselhos de administração, programas de mentoria para mulheres e políticas de licença parental mais inclusivas, têm ajudado na criação de um ambiente mais favorável para o avanço das mulheres nas empresas.

 

Ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a verdadeira equidade de gênero no mundo corporativo, mas à medida em que mais atenção é dada a essas questões e mais medidas são adotadas para abordá-las, há esperança de que as mulheres possam superar os obstáculos e alcançar seu pleno potencial como líderes nas empresas.

 

Cristina Boner elenca, ainda 10 dicas importantíssimas para que empresários auxiliem no processo de garantia de mais igualdade de gênero no ambiente corporativo:

 

 

  • Igualdade salarial e oportunidades: Garanta que as mulheres recebam salários iguais por trabalhos iguais. Além disso, oferece também oportunidades de desenvolvimento e promoção com base no mérito, independentemente do gênero.
  • Mentoria e patrocínio: Estabeleça programas de mentoria e patrocínio. As mulheres se beneficiam quanto têm acesso a mentores e patrocinadores que as orientam, defendem e abrem portas para oportunidades.
  • Flexibilidade no trabalho: Ofereça modelos de trabalho flexíveis, como horários alternativos, trabalho remoto e licença parental. Isso ajuda a equilibrar as responsabilidades profissionais e pessoais.

 

  1. Eliminação de vieses inconscientes: Treine líderes e funcionários para reconhecer e combater vieses inconscientes. Isso inclui avaliar processos de seleção, promoção e avaliação de desempenho.
  2. Diversidade nos Conselhos de Administração: Aumente a representação feminina nos conselhos de administração. Pesquisas mostram que empresas com diversidade de gênero em cargos de liderança têm melhor desempenho financeiro.
  3. Transparência e metas claras: Defina metas claras para aumentar a representação feminina em todos os níveis da organização. Compartilhe regularmente os progressos e desafios com os funcionários.
  4. Cultura inclusiva: Crie uma cultura que valorize a diversidade e a inclusão. Isso envolve promover o respeito, a colaboração e a igualdade de oportunidades para todos.
  5. Programas de desenvolvimento: Invista em programas de desenvolvimento de liderança específicos para mulheres. Isso inclui treinamentos, workshops e oportunidades de networking.
  6. Avaliação de políticas internas: Revise políticas internas, como licença-maternidade, para garantir que sejam inclusivas e apoiem a carreira das mulheres.
  7. Liderança exemplar: Os líderes devem ser modelos de comportamento inclusivo. Eles devem demonstrar apoio ativo à igualdade de gênero e promover uma cultura de respeito.

 

Veja  mais: Cristina Boner (@cristina.boner) • Fotos e vídeos do Instagram


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