02/05/2024 às 14h11min - Atualizada em 02/05/2024 às 14h54min

Exposição ao sol sem proteção aumenta o risco para o câncer de lábios

No mês de conscientização do câncer de boca, Maio Vermelho, a Universidade de Santo Amaro realiza estudos com ambulantes no litoral paulista e com agricultores em Pernambuco e na Paraíba sobre o impacto da incidência do sol na saúde bucal

Unisa
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Divulgação

O professor do programa de mestrado e doutorado da Universidade Santo Amaro (Unisa), Caio Vinicius Gonçalves Roman-Torres, lidera estudos com os alunos de mestrado e doutorados em Odontologia da Unisa, sobre a incidência de lesões labiais em ambulantes, em Santos, no litoral de São Paulo; e em agricultores de duas cidades na região Nordeste, em Vitória de Santo Antão, em Pernambuco; e em Patos, na Paraíba. 

O resultado da pesquisa realizada no litoral paulista tem sido aplicado como diretrizes para políticas públicas voltadas para prevenção do câncer labial. O levantamento epidemiológico, que está em sua 4ª edição, já atendeu mais de 500 ambulantes. Destas 130 foram encaminhados para avaliação das alterações labiais e atendimento odontológico conforme as necessidades. 

A pesquisa aponta alguns fatores que aumentam o risco de câncer de boca entre eles a exposição ao sol sem proteção, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, contato com solventes orgânicos e agrotóxicos.  

“O tabagismo também apresenta um risco muito maior de desenvolver câncer de boca e de faringe. Produtos derivados do tabaco, como: cigarro de palha, de Bali, de cravo, fumo de rolo, tabaco mascado, charutos, cachimbos, narguilé e, agora, os cigarros eletrônicos”, aponta o doutor. “Quanto maior o número de cigarros e o tempo de uso, maior o risco de câncer”, ressalta.  

No Brasil os órgãos de saúde englobam ao câncer de boca as estruturas da cavidade oral e lábios. O câncer de boca, é um tipo de tumor maligno que afeta lábios, comissura labial (cantos da boca) e estruturas da boca, como gengivas, bochechas, palato (céu da boca), língua (principalmente as bordas) e assoalho (região embaixo da língua). Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que o câncer bucal é mais comum em homens com idade acima dos 40 anos. A estimativa de novos casos é de 15.100, sendo 10.900 homens e 4.200 mulheres (2022) e o número de mortes é de 6.338, sendo 4.878 homens e 1.460 mulheres (2021).  

De acordo com o professor Caio, os sintomas do câncer de boca, de lábio, de palato, de língua e bochechas, podem ser diferentes conforme o tipo, a localização e o estágio do tumor. “As pessoas devem estar atentas caso tenham, por exemplo, dor na cavidade oral que nunca melhora, ferida com sangramento que não cicatriza, nódulo ou inchaço na parte interna da bochecha, manchas (esbranquiçadas ou avermelhadas) na língua, gengivas, amígdalas, céu da boca ou mucosas bucais, sensação de estar com algo preso na garganta, dificuldade para movimentar a mandíbula e mastigar”, pontua Roman-Torres. 

Ainda segundo o professor, podem ocorrer também dificuldade para movimentar a língua e engolir, dormência na língua ou em outras estruturas da cavidade oral, inchaço na mandíbula (o que provoca desconforto ao usar dentadura, por exemplo), desconforto com próteses dentárias mal ajustadas e, consequentemente, desconfortáveis, enfraquecimento dos dentes, dor ao redor dos dentes, rouquidão permanente ou alterações no tom de voz, nódulo ou massa palpável no pescoço, perda de peso sem motivação aparente e dor no ouvido.  

Para prevenir o câncer de boca é necessário deixar e evitar o cigarro, assim como o consumo de bebidas alcoólicas. Manter hábitos saudáveis com uma boa alimentação rica em frutas, verduras e legumes, assim como uma boa higiene bucal, o uso de preservativo (camisinha) na prática do sexo oral; e estar atento a qualquer mudança na coloração ou no aspecto da boca.  

Na maioria das vezes o tratamento é cirúrgico, tanto para lesões menores, com cirurgias mais simples, como para tumores maiores. A cirurgia consiste na retirada da área afetada pelo tumor, associada à remoção dos linfonodos do pescoço e algum tipo de reconstrução, quando necessário. Em lesões mais simples, muitas vezes é necessário apenas retirar a lesão, já em casos mais complexos, além do tratamento cirúrgico, é preciso realizar radioterapia para complementar o tratamento e obter melhor resultado curativo. Em todas as etapas do tratamento é importante a participação de vários profissionais de saúde, visando a prevenir complicações e sequelas.  


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