Sistema de tratamento da água no Piscinão de Ramos: saiba como funciona

Você sabe como funciona o sistema de tratamento da água no Piscinão de Ramos? Se não sabe, é hora de aprender. Afinal, trata-se de um dos mais avançados sistemas do mundo.

Pois é, é normal acompanhar notícias na mídia sobre como a água do Piscinão de Ramos está “escura” ou “suja”, mas normalmente essas notícias são feitas justamente no momento em que há o processo de limpeza mais completo (e quando o Piscinão está fechado para visitação). No entanto, na vasta maioria dos dias, a praia artificial está aberta e com uma qualidade de água irretocável.

Quer saber mais sobre o sistema de tratamento da água no Piscinão de Ramos? Então siga a leitura abaixo!

O que é o Piscinão de Ramos?

O Piscinão de Ramos é uma praia artificial (uma das maiores do planeta) criada a partir dos anos 2000 para ser uma das principais opções de entretenimento do Rio de Janeiro. Inicialmente, entretanto, o projeto não era de construção de uma praia artificial, mas sim de revitalização da Praia de Ramos, que fica próxima. O objetivo era despoluir dois canais diferentes (o de Ramos e o dos Pescadores) que acabam descarregando seus dejetos nas duas pontas da praia de Ramos.

Portanto, o projeto inicial da obra incluía a construção de um dique de rochas para isolar o perímetro da praia de Ramos da Baía de Guanabara e torná-la limpa. Entretanto, o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) vetou a obra pois não é permitido alterar o perímetro da Baía de Guanabara por causa do tombamento do seu espelho d'água feito em 1988.

Assim, o projeto do Piscinão de Ramos nasceu como alternativa de balneabilidade, construindo uma lagoa artificial dentro da faixa de areia, sempre abastecida com água salgada e limpa, para atender aos interesses da população.

Como funciona o sistema de tratamento da água no Piscinão de Ramos?

A qualidade da água do Piscinão de Ramos é levada com muita atenção e dedicação. Afinal, uma água poluída ali pode levar doenças para os usuários, o que não é a intenção do projeto. Pelo contrário: o objetivo é garantir melhor qualidade de vida para as pessoas.

Além disso, é importante ter em mente que a água usada no Piscinão vem da Baía de Guanabara e retorna para ela. Portanto, é necessário que ela seja tratada nas duas vias: quando vai para o Piscinão, de modo a garantir a balneabilidade dos usuários, mas também quando vai para a Baía de Guanabara, de modo a ajudar a despoluí-la.

Assim, a empresa responsável pelo Piscinão desenvolveu um sistema inovador e completamente novo que foi patenteado de Flotflux. O sistema não usa o decantamento (que é o procedimento normal para piscinas artficiais), mas sim um sistema de fluxo contínuo com água flotada. Explicando em termos mais simples, a água entra e sai continuamento do Piscinão de Ramos para ser tratada. A cada 10 dias, toda a água do Piscinão é totalmente trocada e limpa graças ao sistema criado para isso.

Basicamente, a água vem da Baía de Guanabara e vai direto para a Estação de Tratamento, onde é tratada e desinfetada pelo processo de flotagem desenvolvido exclusivamente para o projeto. Em seguida, a água recebe o cloro normal para uma piscina e é bombeada para o Piscinão de Ramos. A vazão do sistema é de  100 litros de água por segundo!

Lá, a água flui normalmente pela lagoa e o próprio Piscinão conta com pontos de desinfecção espalhados pelo perímetro. Isso garante que a água será tratada continuamente e manterá uma boa qualidade por mais tempo. Eventualmente, a água sai do Piscinão e vai para a Estação de Tratamento, onde é tratada novamente antes de ser devolvida para a Baía de Guanabara. O processo recomeça e se repete constantemente.

Eventualmente, é necessário remover quase toda a água do Piscinão para poder fazer uma limpeza profunda no fundo da praia artificial. Esse procedimento é feito para garantir que a água estará limpa e a atividade de nadar no Piscinão de Ramos é segura para todos os envolvidos.

Durante esse período, o Piscinão fica fechado para banho. O processo de limpeza é feito ao remover a sujeira que possa ficar no fundo da praia artificial e, em seguida, a água limpa volta a ser bombeada para encher a lagoa.

O objetivo desse sistema complexo (e único no mundo!) é garantir que a água salgada estará boa para a balneabilidade dos usuários, não haverá resíduos sólidos no Piscinão, a água tenha níveis de clarificação de água potável e o custo da implementação e operação seja o menor possível, de modo a tornar o processo sustentável.

E aí, aprendeu como funciona o sistema de tratamento da água no Piscinão de Ramos? Agora você já sabe todo o trabalho por trás da limpeza da água do Piscinão e pode curtir um dia de sol por lá com tranquilidade.

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